domingo, 30 de junho de 2013

DESFILE ETNOGRÁFICO (S. JOAO - 23.6.2013) BRAGA


No passado dia 23 de Junho, realizou-se o tradicional desfile etnográfico que compõe o ponto mais alto dos festejos da noite de S. João. O Desfile começou na Praça do Município, subiu a Rua do Souto, e desceu a Avenida da Liberdade até à Capela de S. João Baptista, no Parque da Ponte, junto ao Rio Este. Contou com a participação de 29 agrupamentos  e associações recreativas e culturais do concelho de Braga: ranchos folclóricos e rusgas.

Este evento tem como objectivo  para além dos motivos etnográficos trazidos pelos vários grupos, recriar os movimentos populares espontâneos das gentes das várias redondezas da urbe que nos séculos passados invadiam as ruas da cidade, neste dia, em direcção à dita capela de S. João, em tons festivos e acalorados.
 
Deixamos algumas fotos do desfile e dos momentos antecedentes.
 
 

 
 
 
 



  
 

  

 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 


segunda-feira, 10 de junho de 2013

DIA DE CAMÕES - 10 DE JUNHO

Hoje dia do Maior Poeta de Portugal aqui deixamos a nossa contribuição, para que a sua pena nunca morra, com uma Sextina Camoniana:

Foge-me pouco a pouco a curta vida
(se por caso é verdade que inda vivo);
Vai-se-me o breve tempo d´ante os olhos;
Choro pelo passado e quando falo,
Se me passam os dias passo e passo,
Vai-se-me, enfim, a idade e fica a pena.

Que maneira tá áspera de pena!
Que nunca uma hora viu tão longa vida
Em que possa do mal mover-se um passo.
Que mais me monta ser morto que vivo?
Para que choro, enfim? Para que falo,
Se lograr-me não pude de meus olhos?

Ó fermosos, gentis e claros olhos,
Cuja ausência me move a tanta pena
Quanto se não compreende enquanto falo!
Se, no fim de tão longa e curta vida,
De vós m´ inda inflamasse o raio vivo,
Por bem teria tudo quanto passo.

Mas bem sei, que primeiro o extremo passo
Me há-de vir a cerrar os tristes olhos
Que Amor me mostre aqueles por que vivo.
Testemunhas serão a tinta e pena,
Que escreveram de tão modesta vida
O menos que passei, e o mais que falo.

Oh! Que não sei que escrevo, nem que falo!
Que se de um pensamento n´ noutro passo,
Vejo tão triste género de vida
Que, se lhe não valerem tantos olhos,
Não posso imaginar qual seja a pena
Que translade esta pena com que vivo.

N´ alma tenho contino um fogo vivo,
Que, se não respirasse no que falo,
Estaria já feita cinza a pena;
Mas, sobre a maior dor que sofro e passo,
Me temperam as lágrimas dos olhos
Com que fugindo, não se acaba a vida.

Morrendo estou na vida, e em morte vivo;
Vejo sem olhos, e sem língua falo;
E justamente passo glória e pena.